Thiago Soares
Seria possível alguém profetizar os resultados das eleições um ano antes?
A menos de um mês das eleições Jair Bolsonaro (PSL) lidera as intenções de votos com 32%, e Ciro Gomes (PDT) com 13 %.
Segundo as ultimas pesquisas do Data Folha realizadas um ano antes das seis ultimas eleições, entre 1994 e 2014, quatro dos candidato que lideraram as pesquisas de intenções de votos foram eleitos no segundo turno, e apenas dois candidatos favoritos no inicio da campanha não foram eleitos.
O ano de 2018 aparenta uma grande semelhança com o ano de 1994 que é um exemplo de que circunstâncias podem mudar o rumo de uma competição eleitoral.
Em dezembro de 1993, as pesquisas do Data Folha expunham Lula (32%) e Paulo Maluf (13%), ambos liderando as intenções de votos.
Lula e Maluf tinham disputado as eleições anterior, em 1989, na qual Fernando Collor venceu Lula no segundo turno, e Maluf terminou em quinto lugar no primeiro turno.
Lula se fortaleceu com o impeachment de Collo de Melo e Paulo Maluf havia vencido as eleições para Prefeitura de São Paulo em 1992.
No fim de dezembro de 1993 Henrique Cardoso (PSDB), então Ministro da Fazenda com 10%, aparecia como terceiro colocado nas pesquisas.
O sucesso do Plano Real em 1994 chefiado por Fernando Henrique Cardoso levou-o à vitória das eleições daquele ano em primeiro turno com 54,2% dos votos contra Lula (25,4%) e Paulo Maluf não foi candidato.
Em 2009 José Serra liderava as pesquisas com 37% e Dilma Rousseff marcava 23%.
Candidatos a presidente/2018 Fonte: Gazeta do Povo |
Com o crescimento econômico no final do mandato de Lula, seu apoio foi a gota d’água para a vitória de Dilma em 2010.
Em três dessas eleições candidatos disputavam a reeleição, FHC (1998), Lula (2006) e Dilma em 2014, por esse motivo os resultados eram bem previsíveis.
Mas já houve casos em que o segundo colocado nas pesquisas realizadas um ano antes, não teve resultados favoráveis nas eleições no ano seguinte. O ano de 2001 é exemplo, enquanto a disputa entre Lula (36%) e Ciro Gomes (14%, então no PPS), José Serra (PSDB), então Ministro da Saúde era o quarto colocado com 10% das intenções de votos, a crise de popularidade de FHC tornou-se um fantasma na campanha de Serra.
Mas a situação se inverteu e Serra foi ao segundo turno com Lula, e Ciro findou em quarto lugar.
Por mais que as pesquisas apontam possíveis resultados, nunca se pode prever uma eleição, a exemplos já citados é possível que todo um resultado previsto possa seguir caminhos diferentes. As eleições deste ano não está isenta de possíveis mudanças.
Não se viu algo parecido Desde o fim da ditadura militar, as eleições 2018 caminha para a disputa mais imprevisível, tanto por conta das dúvidas que pairam sobre os lideres atuais quanto por a pulverização dos candidatos.
Na pesquisa do Data Folha realizada em dezembro de 2017 Lula liderava com 34% a 37% das intenções de votos contra Bolsonaro (17% a 22%).
Mas a situação mudou completamente após a condenação de Lula por corrupção e lavagem de dinheiro, e resultou no indeferimento de sua candidatura, colocando na cabeça da chapa o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que está com grande dificuldade para herdar seus votos.
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